O projeto criado no início do ano letivo visa atingir a comunidade escolar, para isso, conta com a participação dos alunos no plantio de árvores frutíferas de sua escolha.
As mudas de árvores (enxertos) são compradas diretamente das centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (CEASA), onde custam 50% mais barato do que no varejo. Como voluntário me responsabilizo no final da aula junto com o aluno a levar e plantar a árvore no local escolhido, o que viabiliza e mostra a seriedade do projeto. Desta forma, o aluno sorteado para plantar, ganha uma muda de árvore frutífera, o plantio dela, uma carona de carro até a sua casa e ainda contribui para diminuir os efeitos do aquecimento global.
Como todo projeto sempre existe um investimento e dedicação maior por parte do fundador do projeto, mas não me importo com isso, pois os objetivos finais desse trabalho justificam os possíveis gastos que tenho na realização dessa atividade sócio-comunitária.
Na verdade já estou procurando patrocinadores para o projeto como a Maranata, O Boticário e a livraria Escolão, pois acredito que 100 reais por mês são suficientes para manter e ampliar o projeto, se os patrocinadores contribuírem com 20 ou 30 reais mensais, o problema financeiro estará resolvido. Além disso, prefiro ganhar o apoio dos empresários locais e não de empresas extrangeiras que tanto poluem o nosso ambiente, pois no meu modo de pensar um emprego numa indústria poluidora está longe de representar qualidade de vida.
Precisamos aprender a ser menos gananciosos, querendo obter lucro a qualquer preço, não realizando tarefas que não geram lucro, sendo exatamente essas atitudes que colocam o nosso Planeta nas condições em que se encontra, colocando inclusive a humanidade em risco de extinção. Orgulho-me de ser voluntário nessa prática, e entendo que meu maior lucro é ver no futuro um ambiente mais verde, sem a necessidade de se deslocar para o interior, na zona rural, obtendo na própria zona urbana uma diversidade de plantas e animais, uma primavera característica de um ambiente mais equilibrado, o aroma das flores, frutos alimentando as aves e as crianças e moreadores tomando chimarrão na sombra das árvores de suas casas no verão. A realização plena do projeto será alcançada quando todas as áreas disponíveis de terrenos, calçadas, pátios e canteiros forem ocupados por plantas frutíferas. Portanto, temos muito o que fazer para alcançar esse objetivo, sendo todo tipo de apoio muito bem vindo.
Os alunos, dentro do possível, contribuem com a compra das árvores, pois cada aluno é responsável por pagar ao longo do ano o seu enxerto, no entanto, muitos já plantaram e ainda não contribuíram com o projeto, o que causa as maiores dificuldades para manter essa atividade, saindo do salário de professor do Estado a compra dessas mudas doadas para a população.
Durante o ano de 2007, o plantio das mudas ocorreu durante todas as noites ao final da aula, uma semana antes do plantio, ocorre o sorteio entre os alunos da turma, que ainda não plantaram, o aluno sorteado escolhe a planta que será plantada na próxima aula, desta forma, o aluno tem uma semana para escolher o local do plantio em sua casa, na Escola ou em outro local da comunidade. Sendo assim, enquanto uma turma planta, na outra ocorre o sorteio.
O registro dos resultados do projeto, conforme mencionado, é fotográfico. Já foram plantadas até o momento, cerca de 110 mudas de árvores nos Bairros Cohab, Santa Rita e Ipê. Sendo que o professor André Ayala e a professora Angela Dorneles da Escola Ruy Coelho Gonçalves adquiriram através do projeto e plantaram 20 mudas de árvores frutíferas.
Na maioria das vezes os plantios são registrados através de fotos, existe a possibilidade de criar no futuro um site do projeto, com a finalidade de contagiar novos profissionais da educação para que também contribuam com a melhoria do ambiente, desenvolvendo projetos semelhantes, tendo desta forma uma repercussão maior do projeto. Gostaria também contribuir com a divulgação do projeto, nas Escolas da região e futuramente de outras cidades, através de palestras para os alunos e professores interessados.
O plantio não é obrigatório, mas praticamente todos meus alunos participam do projeto, alguns plantam mais de uma árvore em suas casas, recebendo essas árvores de colegas que não têm onde plantá-las. Desta forma, mesmo os alunos que não disponibilizam de espaço para o plantio, por morarem em apartamento, por exemplo, contribuem com o projeto.
Atualmente, consegui um aumento de carga horário e trabalho em duas Escolas, onde desenvolvo o projeto. Na Escola Nestor de Moura Jardim, trabalho no turno da tarde e na Escola Dr. Ruy Coelho Gonçalves trabalho nos turnos da manhã e noite, tendo ampliado o projeto para o bairro 35 e o centro da cidade.
Observação, alunos que moram muito distantes da Escola, infelizmente não são contemplados com o projeto, em virtude dos gastos com o combustível, que é por minha conta.